sexta-feira, 18 de março de 2011

Bromélias cor-de-rosa

É um silêncio obrigado, frio, incontestável que envolve-me a alma.
Sinto uma agonia que se apodera sem que consiga achar forças para desvencilhar-me. Debaixo do chuveiro a água quente, bem quente, aquece-me da febre que sinto privar-me a consciência.
Quero chorar, algo se aproxima, não distingo o que é a sombra, mas sinto que me entristece.
Encolho-me, abraço-me, e a água quente continua correndo misturando-se diagonalmente à chuva lá de fora...
Um choro angustiante do meu espírito comunica-me algo. Uma intolerância ao monopólio, a arrogância. Mas tu chegas, a escuridão se dissipa. Abraça-me um pouco mais e agora é alívio. Tudo se torna daninho, pequeno. 
Bromélias cor-de-rosa.
A minha fera se recupera e sua renovação se completa.

Um comentário:

  1. O texto é perturbardor, tanto quanto bonito! Quase me sinto na cena, como observador. Óbvio!!
    É sufocante.
    Senti isso quando vi o filme: BLACK SWAN!
    Espero que estejas bem!!

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