Violão de novembro

Quantas vezes o violão dedilhou até que se desse conta de que a música era para você? 

Muito simples,

Era para você, unicamente.

Invariavelmente você fugiu da melodia.

A distância te fez dar muitas voltas para muito longe.

Embora seu coração crescesse diante daquela música que não era a sua.

Se perguntou para onde iria...

Seus passos nada revelavam.
Olhou em volta

As crianças ainda pulavam corda.

Nada mais.

Pega-pega.

Algo mais?

Esconde-esconde.

Não eram as mesmas.

Algo te fazia caminhar incessantemente.

Até que alguém lhe perguntou:  - "Para onde vais tão rapido?

Só o tempo pode correr assim! Pare um pouco", foi o que me disse.

Olhei para baixo, para meus pés.

Já não eram os mesmos.

Os pensamentos embaralharam-se por um longo instante que se tornou um momento.

Olhei para trás e vi que podia voltar.

Era o que queria.

Ser alcançado por aquela música;

Sua vida era migalhas.

Não era mais o que queria:

Ter que juntá-las a cada passo.

Correu para trás. Cada vez mais.

Ao longe, a canção o alcançou baixinho inicialmente.

A tristeza se esvaiu.

A melodia crescia dentro de si.

E sabia para onde seguir.

Porque a música crescia cada vez mais.

A saída era a entrada de sua vida.

Engraçado.

Sua vida começava pela primeira vez através daquelas notas

Não se perderia, era o que dizia a voz.

Dani Vipo®