quarta-feira, 20 de abril de 2011

Há!

Eis que vejo-me pensativa. Coloco-me dessa maneira, quase propositalmente. Um arrepio ácido percorre minha coluna vertebral. Quase um susto é o sentimento que avizinha-se sobre mim.
O meu português teimoso. Essa língua louca. Os pensamentos que não refletem a realidade.
Marionetes.
Quem são as pessoas com as quais você conversa?
Quem são as pessoas que sentam-se ao seu lado no transporte público? A quem você buzinou pela última vez?
Um português louco, impiedoso, sarcástico e afoito me surge rua adentro, questionando barbaridade as vírgulas que estavam como lombadas, impedindo seu andar trôpego e covarde. Tudo, inclusive o vento, o deixava ainda mais inquieto e atrevidamente insatisfeito.
Irrita-me a iminência de um novo parágrafo, não entendo sua retórica. Sei que suas palavras são reais, mas não conheço-lhe a mente.


Enfado das palavras.
Enfado das intenções captadas, através de uma grande angular, nas reticências sequer proferidas...
Afugento o português de perto
Só há engôdo.
O amianto o consome.
A hipocrisia me causa náuseas.
Ela pede um recesso das palavras. 
Um minuto de silêncio.
Luto.

A loucura está sendo velada.

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